Neil Robertson, semi-finalista no ano passado, carimbou a passagem para a sua primeira final do Campeonato do Mundo, com uma vitória frente a Ali Carter. Por várias vezes, o australiano parecia em total controlo das operações, mas sucessivas recuperações de Carter iam colocando bastante emoção e pressão neste encontro. Robertson foi sem dúvida o mais forte na primeira sessão, conseguindo uma vantagem de 6-2, com entradas de 124, 91 e 76 pelo caminho. A segunda, foi algo atípica e extremamente emocionante: Robertson entrou fortíssimo, chegando ao 8-2, com uma limpeza de 140 pontos e, depois, vencendo um jogo na preta; no entanto, Carter conseguiu ganhar as quatro partidas seguintes, pontuando muito bem e sem se deixar afectar pelo momento; quando Carter parecia recuperar a largos passos, o australiano deu a melhor resposta possível, ganhando os últimos dois jogos, com um break de 59 de uma execução dificílima, terminando, depois, com mais uma tacada superior a 100 pontos. Assim, Neil Robertson conservou a vantagem de quatro jogos à entrada para a 3ª parte. Mais uma vez, tivemos emoções ao rubro: Robertson entrou mais forte, tal como acontecera nas outras sessões, chegando ao 14-7 (destaque para tacadas de 116 e 78), só que Ali Carter voltou a iniciar uma recuperação, reduzindo para 14-9. A última partida, dramática, acabou por se revelar crucial para o desfecho do encontro; podem acompanhar o desfecho desta partida, no vídeo abaixo:

Robertson conseguia, assim, um avanço de 6 partidas, que lhe deixava imensa margem para a derradeira sessão. Ainda assim, o australiano deve ter "tremido" um pouco, quando Carter venceu três das primeiras quatro partidas. Carter estava a jogar muito bem, mas parecia ser apenas uma questão de tempo até que Neil Roberson concluísse e foi isso mesmo que aconteceu, logo o após o intervalo.

A segunda meia-final foi, provavelmente, a mais espectacular e, também, a mais dramática. Selby entrou mal no encontro, com vários erros em diversos aspectos, o que podia ter custado muito caro em termos de resultado. Dott, por sua vez, não foi espectacular, mas muito consistente e podia ter conseguido já uma boa vantagem. No entanto, o inglês consegiu "arrancar" 3 partidas ao seu adversário, com destaque para uma "total clearance" de 142 pontos no último jogo da sessão. Na segunda sessão, o nível de jogo aumentou bastante, mas foi Dott que continuou a ser o mais forte. O escocês realizou entradas de 49, 66, 146 (igualando a tacada mais alta do torneio), 84 e 66, o que espelha bem a sua qualidade de jogo. Selby batalhou bastante, vencendo inclusive uma partida na preta, só que Dott, fortíssimo psicologicamente, não se deixou afectar minimamente. 10-6 para o escocês à entrada para o última dia. Abaixo podem visualizar grande parte da tacada de 146 que Dott realizou; como poderão ver, este break ilustra muito bem o momento de forma e a determinação que o escocês tem apresentado...

O terceiro dia foi ainda mais emocionante do que os anteriores. Mark Selby venceu a primeira partida e, quando tudo indicava que Dott iria novamente estabelecer uma vantagem de quatro jogos, falhou a bola de jogo e Selby, com uma entrada fabuloso (do melhor que se tem visto esta época), venceu esse mesmo jogo, por apenas 1 ponto. Muitos pensaram que este podia ser um ponto de viragem e isso pareceu ainda mais evidente, quando o inglês venceu três das quatro partidas seguintes. Todavia, por mais incrível que pareça, Dott manteve-se impassível, esperando pela sua oportunidade e pelos momentos certos. O esccocês conseguiu novamente a sua vantagem de quatro partidas, ao ganhar os últmos três da sessão, que teve um desfecho dramático. Dott cerrou o punho e avançou para a última sessão aliviado depois de ter visto o seu adversário aproximar-se. Na quarta e última sessão, todo o equilíbrio manteve-se, bem como os momentos de cortar a respiração. O actual detentor do Masters começou, novamente, a construir uma recuperação, produzindo snooker de altíssimo nível, ficando mesmo a apenas 1 jogo de Dott. O momento chave do encontro acabou por ser a 30ª partida: depois de ambos terem tido as suas oportunidades, o escocês conseguiu, finalmente, sacudir um pouco a pressão, ao avançar para o 16-14. No jogo seguinte, Graeme Dott confirmou mesmo a vitória.