Holt vence PTC 10

Michael Holt assegurou a sua segunda vitória em eventos do Players Tour Championship com um triunfo de 4-2 frente a Dominic Dale, na 10ª etapa desta competição.

À conversa com... Stuart Bingham

Brevemente...

Ronnie O'Sullivan volta a brilhar na Premier League

Ronnie O'Sullivan arrecadou o seu 10º título da Premier League ao derrotar facilmente, na final, o chinês Ding Junhui por 7-1.

Higginson derrota Higgins

Andrew Higginson derrotou o actual campeão do mundo, John Higgins, por 4-1, na final do Players Tour Championship 5, um evento que decorreu na World Snooker Academy, em Sheffield.

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À conversa com... Stuart Bingham


É o regresso desta nossa rubrica de entrevistas e desta vez estivemos "à conversa" com Stuart Bingham, que ocupa actualmente a 12ª posição no ranking mundial, tendo vencido nesta época o Australian Open, o seu primeiro título como profissional, em 16 anos de carreira. 


Tivemos claramente que falar sobre o Open da Austrália, mas também quisemos saber o que ele pensa do snooker actual e o que pode ser feito no futuro. 

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Quais eram as tuas expectativas para o Australian Open?

Eu estava à espera apenas de passar algumas rondas e ter um bom desempenho, uma vez que foi numa fase inicial da temporada.

Derrotaste alguns jogadores de top no rumo para a vitória neste torneio. Qual foi o encontro mais difícil de vencer?

Foram todos complicados, mas o que me causou mais dificuldades tem mesmo que ser a final tendo em conta que o Mark Williams era, na altura, o nº 1 do mundo e esta era apenas a minha primeira final, por isso as emoções estavam ao rubro!

A perder por 8-5 na final ainda acreditavas que poderias recuperar e vencer?

Lá no fundo eu acreditava, mas da forma como o encontro estava a decorrer eu pensei que a minha oportunidade de ganhar tinha acabado e o Mark estava a jogar snooker de grande qualidade. No entanto, as coisas mudaram e eu comecei a melhorar (a jogar bem como acontecera durante a semana) e o resto é história!


Como é que sentiste ao vencer a tua primeira prova pontuável para o ranking mundial?

Foi espectacular! Uma coisa que eu andava a tentar há mais de 16 anos e todas as horas de treino acabaram por compensar. Eu fiquei um pouco triste ao mesmo tempo porque não tinha ninguém da minha família ou amigos para celebrar lá na Austrália.

Esta vitória colocou-te dentro da elite do top 16 à frente de nomes como Ronnie O'Sullivan. Como é que te sentes em relação a isto e qual é o teu objectivo em termos de ranking?

Sinto-me muito bem por me ver numa posição tão boa no ranking, mas agora quero chegar ainda mais alto. O meu objectivo para o resto da época é alcançar o top 8 e depois as possibilidades são infinitas.

Pensas que este novo sistema de ranking é melhor do que o anterior?

Eu penso que é um pouco mais justo porque beneficia os jogadores que estão a jogar melhor, de uma forma mais imediata. Jogadores como Dominic Dale e Ricky Walden, que ganharam torneios, não acabaram no top 16 no fim do respectivo ano. O meu caso é diferente. Agora estarei presente no Masters e convidado para outros torneios devido a este novo sistema e portanto eu estou claramente a favor!

Como é lidas com os momentos de pressão, onde o mínimo erro pode ditar a derrota?

Não tenho bem a certeza. Eu acho que quando estou a jogar não estou a pensar que vou falhar, mas apenas a tentar manter a concentração e aplicar todas as minhas rotinas e marcar bolas. Mas é mais fácil dizer do que fazer! 

Como é que descreves uma sessão de treino normal? Há algum exercício que treines antes de um encontro importante?

Eu treino entre 2 a 4 horas sozinho, mas quando estou a treinar com outros jogadores a duração é de cerca de 6 horas. Eu tento praticar todos os aspectos do jogo, bolas longas, construção de break, defesa, etc. Antes de um jogo eu apenas espalho as bolas pela mesa e marco-as para testar se estou a tacar bem. 

Qual foi o melhor encontro em que estiveste envolvido?

Boa questão! Eu suponho que tenha que ser mesmo a final do Australian Open. Teve de tudo! Estive a liderar no início, depois o Mark Williams empatou ao fim da primeira sessão. De seguida, vi-me com uma grande desvantagem e depois acabei por vencer as últimas quatro partidas.

O snooker entrou numa nova era depois da chegada de Barry Hearn. O que é que ele trouxe para o snooker e o que pode ser feito no futuro?
"Sou um grande fã!"
Ele proporcionou mais torneios e fez-nos a todos nós mais ocupados, o que agrada a uns e desagrada a outros, mas eu sou um grande fã do Barry! Tenho viajado por toda a Europa para disputar torneios que são pontuáveis para o ranking, os PTC's. O principal objectivo dos PTC's é torná-los em grandes provas de ranking.

Acreditas que o snooker pode alcançar uma globalização, tal como o ténis ou o golfe?

Eu penso que não, mas o presidente está a tentar de tudo! Espero que consigamos chegar lá, mas se acontecer será daqui a cerca de 10 anos. 

Que conselho podes dar àqueles que querem progredir no snooker?

Treinar muito, dedicar-se ao snooker e acreditar que um dia conseguirás chegar onde queres. Isto foi o que eu fiz!

Define snooker em 3 palavras.

Agradável, intenso e interessante.

Finalmente, deixa uma mensagem para os fãs portugueses.

Espero que gostem das minhas respotas e espero também que muito brevemente possa haver uma prova de ranking em Portugal! Se houver venham ter comigo dizer olá! Feliz Natal e Feliz Ano Novo!


ENGLISH VERSION

What were your hopes going into the tournament?
I was just hoping to get through a few rounds and put in a good performance as it was so early on in the season.


You beat some top class players to win the Australian Open, which match did you feel was the toughest to win?
They was all tough but it has to be the final as Mark Williams was number 1 at the time and obviously my first final so my emotions was all over the place!

At 8-5 down in the final did you still believe you could come back and win it?
Deep down I thought I could but the way the match was going I thought my chance had gone and Mark was playing some great snooker. But things changed and I got into my stride (the way I was playing the rest of the week) and the rest is history! 


How did it feel to win your first ever ranking event?
It was amazing! Something I've been trying to do for 16 years and all the hard work finally paid off. I was a bit sad at the same time because I had no one of my family and friends to celebrate with in Australia. But I still pinch myself even now that I've won a major ranking event! 


This tournament victory puts you inside the top 16 and at you are ranked higher than the likes of Ronnie O’Sullivan. How does this make you feel and how high up the rankings do you think you can go?
It feels great to see myself that high in the rankings but now I want to get higher. My aim for the rest of this year is to get into the top 8 and then the possibilities are endless.

Do you think the new ranking system is better than the previous system?
I think its a bit fairer because its rewarding players that are playing well more or less straight away. We've had players like Dominic Dale and Ricky Walden winning tournaments but don't finish in the top 16 that year. But if you look at my win, I'm in the Masters this season and invited to other tournaments because of the new ranking system so I'm a big fan! 

How do you deal with these moments of pressure in which a mistake can dictate a defeat?
I'm not sure actually. I suppose when I'm playing I'm not thinking about missing but just trying to hold myself together and go through my own routines and potting balls but its easily said than done!

How would you describe a normal practice routine? Is there any exercise that you practice before an important match?
I do between 2-4 hours on my own but when I'm practicing with other players I'll play for about 6 hours. But I practice all parts of the game, long pots, break building, safety etc. Before a game I just loosen up by spreading the balls about and pot balls to get myself cueing good........hopefully! 


What was the best match you have been involved?
Good question! I suppose it has to be the final of Australia! It had everything. I went in front early on, then Mark drawing level at the mid session. Then me falling behind and then me winning the last 4 frames.


Snooker entered into a new era after the arrival of Barry Hearn. What did he bring to snooker and what can be done in the future?
He's delivered more tournaments and made us all busy which a few like and a few don't like but I'm a massive fan of Barry. I've been travelling all over europe just to play in tournaments but now we've got little ranking events. (PTC's) The main goal for the PTC's is to eventually get ranking events where we're having these PTC's.

Do you think snooker can reach a globalization as golf or tennis?
I don't think so but Barry Hearn is giving it a good try! Hopefully it will but it won't be for atleast 10 years or so.


What advice can you give to those who want to make progress in snooker?
Practice hard, dedicate yourself to snooker and believe you will make it one day. (That's what I've done!)


Define snooker in three words.

Enjoyable, intense and interesting.


Finally, leave a message for the Portuguese fans.

I hope that you like my answers to your questions and hopefully they'll be a ranking tournament in Portugal very soon. If there is please come up and say hello! 

À conversa com... Igor Figueiredo


Nesta 2ª edição da nossa rubrica de entrevistas, tivemos o prazer de falar com Igor Figueiredo, o primeiro sul-americano da história do snooker a participar no Main Tour! O jogador brasileiro, que se tem destacado nos últimos tempos, é, portanto, o primeiro profissional que entrevistamos...


Quando é que começou a praticar esta modalidade? O que é que o motivou para se iniciar no snooker? Teve alguma influência em especial?



Comecei a jogar aos 5 anos de idade; o meu pai já jogava e comecei por curiosidade, mas, depois de ver o que podemos fazer com a bola na mesa, achei aquilo incrível.

Desde muito jovem começou a ser conhecido no meio e a afirmar-se com um dos principais nomes do país; quando é que ganhou o seu primeiro título nacional; para além desse primeiro título, quais os momentos/resultados que mais o marcaram? Na altura já pensava numa carreira internacional?

Como disse comecei muito cedo e com 13 anos já tinha chegado à meia-final de um grande torneio no Brasil. Ganhei o meu primeiro Campeonato Brasileiro com 19 anos, mas antes disso já tinha ganho outros eventos importantes pelo país. Sempre pensei numa carreira profissional, mas no Brasil não há muitos patrocinadores no snooker e, por isso, não vim há mais tempo a Europa.

Como considera estar o estado de desenvolvimento do snooker no Brasil? Acha que o snooker no seu país tem potencial e que poderá vir a ter boas perspectivas para o futuro?


O snooker no Brasil é muito forte e tem muitos praticantes. Só precisamos de bons directores para desenvolver mais o nosso desporto e trazer mais investidores para que o snooker cresça cada vez mais e apareçam novas revelações.

Quando é que decidiu partir para a Europa e procurar seguir uma carreira internacional no snooker? Ao início sentiu algumas dificuldades? Houve quem o tenha ajudado a integrar-se?

Mudei-me para São Paulo em 2008, quando ganhei todos os eventos disputados nesse ano e foi aí que o meu patrocinador me perguntou o que eu achava de uma carreira internacional e decidimos investir nisso. No início senti-me muito mal, pois não falo inglês e senti-me deslocado, mas com o tempo fui conhecendo outros jogadores e fazendo grandes amizades e tudo se tornou mais fácil.

Apesar de no Brasil ter jogado maioritariamente em mesas mais pequenas, rapidamente começou a adaptar-se às mesas full size. Qual foi a maior diferença que sentiu entre o snooker jogado no Brasil e o "verdadeiro" snooker jogado internacionalmente? Teve de fazer algumas alterações técnicas?


Quando mudei das mesas jogadas no Brasil para as mesas usadas internacionalmente senti diferença nas distâncias, como é natural, tendo em conta as dimesões da mesa, mas, com um bom treino, consegui adaptar-me bem. Ainda assim, tive que melhorar a minha técnica e seguir os padrões clássicos. Tive que mudar tudo e foi muito dificil no início, mas com o tempo fui ficando mais confiante e comecei a obter melhores resultados. Foi aí que vi a importância da técnica e das horas de treino.

Antes de se ter notabilizado no IBSF World Amateur Championship, quais as experiências que considerou mais positivas ou importantes na sua ainda curta carreira na Europa? Participou em muitas competições?

Como diz a minha carreira internacional ainda não tem tanto tempo assim. Disputei alguns torneios, ganhei o Open de Hamburgo, fui 5° no International Open, 12° no ranking final do PIOS (circuito classificatório para o Main Tour) e joguei, ainda, no Paul Hunter Classic, onde ganhei ao Tom Ford, no meu primeiro grande desafio com um profissional.

Fale-nos um pouco da sua experiência no IBSF World Amateur Championship 2009, no qual atingiu a final, causando sensação no mundo do snooker...


Foi muito interessante, pois embora acredite sempre no meu potencial e tenha uma grande auto-confiança, sabia que seria muito difícil pois havia grandes atletas nesse evento, como Alfie Burden, Tian Pengfei, entre outros. Só pensei: vai ser difícil vencer, mais darei o meu melhor para chegar ao título e, de repente, já estava na final, depois de óptimos resultados. Perdi a final devido a pequenos detalhes, mas foi uma excelente final.

Como se sentiu quando soube que a World Snooker lhe atribuíra um wildcard para participar no Main Tour? Qual é a sensação de, depois de tantos anos a praticar esta modalidade a nível amador, subitamente estar a competir ao lado dos grandes nomes do snooker?

Fiquei muito feliz e emocionado. Estava a conduzir para ir treinar, quando recebi a notícia e tive que parar o carro e respirar bem fundo, pois ia perdendo o fôlego (risos). Sinto-me muito feliz, pois com os meus bons resultados consegui o wildcard e tornei-me no primeiro sul-americano a entrar no Main Tour, o que também e óptimo, pois o snooker está-se a globalizar, abrindo cada vez mais as portas ao mundo.

Quais os seus principais objectivos para esta sua primeira época no circuito profissional?

A grande prioridade será permanecer no Main Tour, o que é bastante difícil, mas o meu maior objectivo é subir no ranking o máximo que puder e, se possível, tentar ficar entre os 64 primeiros já na primeira época. Sei que será muito complicado, mas nada na vida é fácil e darei tudo o que conseguir, com a minha confiança e a experiência que vou adquirindo, para conseguir uma boa temporada.

Mudou-se recentemente para Inglaterra e está agora a praticar na recém-inaugurada South West Snooker Academy, em Gloucester. Aqui encontra melhores condições para poder evoluir como jogador? O que tem a dizer sobre esta nova academia e sobre o projecto dos seus responsáveis?


Sim, a academia tem óptimas condições para treinar e um ambiente formidável, com as mesas oficiais dos eventos do Main Tour. A sua inauguração ainda é bem recente e alguns detalhes estão, ainda, a ser acabados, mas será, sem dúvida, um ponto de referência, tanto para os atletas amadores como os profissinais, pois tem uma excelente estrutura e existiram muitos atletas a residir aqui em Gloucester.

Tem algum jogador que possa considerar como ídolo? Se sim, o que mais admira nesse jogador?


O jogador de quem sempre fui fã é o Stephen Hendry. Já há alguns anos que o admiro muito, pois sempre foi um atleta dedicado e no auge da sua carreira dominou o snooker, ganhando grande parte dos torneios que disputou. A sua concentração e vontade de vencer são o que mais admiro nele e é o mesmo desejo que sinto dentro de mim.

Gostaríamos que deixasse uma palavra para aqueles que, recentemente, têm vindo a tentar promover e desenvolver o snooker em Portugal, nomeadamente o nosso website (Snooker Planet) e a empresa BSA...

Gostaria de felicitar-vos a todos, pois com esse esforço vocês irão colher muitos frutos no futuro e com esse incentivo que têm dado ao nosso desporto e, também, aos jovens, pois eles é que serão as grandes estrelas no futuro. Assim, poderão aparecer grandes revelações e, possivelmente, um grande campeão. O esforço e trabalho que vocês têm feito é necessário em todos os países do mundo para dar a conhecer às pessoas, em especial aos jovens, o nosso amado desporto.

À conversa com... João Esteves da Silva


O "snooker planet" lança hoje uma nova rubrica de entrevistas. Várias pessoas relacionados com o snooker responderão a várias questões colocadas por nós e também pelos nossos visitantes.
Para iniciar este novo espaço do nosso blog conversamos com um dos administradores, João Esteves da Silva. Tem 15 anos, é apaixonado pelo snooker e é um grande conhecedor e divulgador do snooker em Portugal, para além de jogar e ter alcançado o 3º lugar no recente Campeonato Nacional de Snooker.

Como é que começou a tua paixão pelo snooker?

Começei a ver snooker por volta de 2002/03, na altura foi totalmente ocasional, não conhecia nada deste jogo, apenas calhou numa tarde em que estava a ver TV, que mudei para o Eurosport e estava a dar o UK Championship, sendo que fiquei logo interessado. Os jogadores que me lembro de ver nesse primeiro dia foram Ken Doherty, Ronnie O'Sullivan, Matthew Stevens e, também, aquele que mais me marcou e me deixou imediatamente fascinado: Stephen Hendry. Embora não percebesse nada, achei que estes jogadores tinham realmente muita precisão e que estava a assistir a um jogo muito interessante; dentro desses jogadores, Stephen Hendry era aquele que tinha o jogo que achei mais bonito de se ver e fiquei também impressionado pela sua forma de tratar a mesa e da sua postura magníficam, bem com na maneira com que caminhava à volta da mesa, com enorme distinção, quase como numa espécie de dança. Colocava a branca ao milímetro e, na altura, deu-me a impressão de que nunca falharia. Apesar de desconhecer totalmente o seu passado glorioso, Stephen Hendry passou a ser, desde o primeiro momento que o vi, o meu ídolo indiscutível. Aos poucos, fui começando a acompanhar mais, antes apenas seguia alguns encontros de forma ocasional, mas por volta de 2005 começei a tentar acompanhar as épocas todas, sendo que antes já tinha seguido vários torneios integralmente. No entanto, foi mais para 2007 que começei a aprofundar os meus conhecimentos, pesquisando sobre os jogadores e ficando a conhecer bem as suas carreiras, compreendendo as escolhas de jogada, aquilo que deveria ser feito dependendo da situação da mesa, etc.

Para além de ver, começaste também a praticar snooker. Quando? Quais foram as dificuldades iniciais? Ficaste, de certo modo, viciado em jogar?

Apesar de ver snooker desde há vários anos, só joguei pela primeira vez em 2008, quando soube da existência do Snooker Aguia Club em Lisboa, que na altura tinha 2 mesas de 10 pés, mesas de snooker, mais pequenas que as normais. Na altura não sabia nada da técnica etc, embora compreendesse quais os jogadores com melhor técnica e o que era correcto fazer. Foi lá que conheci o sr.Pedro Vaquinhas que me ensinou muita coisa sobre este aspecto e me ajudou, também, a aprofundar os meus conhecimentos, em vários aspectos do jogo. Quando no Verão de 2009 o Snooker Club adquiriu a mesa de 12 pés, o meu nível de jogo já tinha evoluído, embora fosse um total principiante. Adorei simplesmente a mesa maior e foi aí que comecei a treinar mais. Era muito dificil, mas dava um prazer muito maior jogar naquela mesa e fiquei mais motivado para progredir. Infelizmente, ainda não posso treinar com grande regularidade, pois é a única mesa que há em Lisboa, por agora, e os preços são muito elevados, no entanto tento jogar cerca de 2 vezes por semana, muitas vezes com o Pedro Vaquinhas, que tal como eu, atingiu as meias finais do recente Campeonato Nacional. Mas posso dizer que gosto tanto de jogar que se fosse possível, jogaria todos os dias!


Como foi a experiência no Campeonato Nacional de Snooker?

Foi boa. As expectativas não eram muito altas, uma vez que era a primeira vez que se estava a realizar uma prova destas em Portugal e não havia jogadores com experiência nesta modalidade e com um nível acima da media. As primeiras fases não foram muito bem organizadas, mas a fase final na Figueira foi espectacular. Gostei muito de participar, embora não tenha jogado bem, pois fiquei a perceber o que é competir em eventos desta importância. Certamente que será muito bom para o futuro e ajudou-me a aprender várias coisas. Para além disto, este campeonato ajudou a despertar o interesse no nosso país, havendo já conhecimento de estabelecimentos que vão adquirir mesas de snooker de 12 pés e colaborar para os jogadores treinarem e serem organizadas mais competições.


Acreditas que o snooker possa ter um futuro promissor em Portugal?

Apesar de muita gente dizer o contrário, nomeadamente no meio do pool, acredito que o snooker tem futuro em Portugal. Temos inúmeros problemas para resolver, mas existem pessoas com muita vontade e empenho em desenvolver o snooker. Em primeiro lugar, é preciso acabar com a mentalidade negativa que as pessoas têm, dizendo que o snooker é demasiado difícil e que por isso não querem jogar, que não há mesas, etc. Essas pessoas não percebem é que se pensassem de outra forma, o snooker já estaria muito mais desenvolvido, tal como esta nos outros países da Europa. Existe muita gente interessada e que acompanha as transmissões através do Eurosport, principalmente no Campeonato do Mundo, por isso existe já uma comunidade de fãs bastante grande, que têm de começar, também, a procurar jogar e aprender. O snooker é um jogo que requer treino diário, para se poder evoluir de forma rápida, bem como é preciso seguir à risca os princípios básicos da técnica, que são tudo neste jogo. Basta umas pequenas falhas técnicas, para o nosso jogo não evoluir e ficar totalmente estagnado, levando à frustração. Por isso, mesmo que haja pouco tempo para treinar, é preciso concentrar-se ao máximo nos aspectos técnicos e tentar, constantemente, melhorá-los. É verdade que as mesas são escassas, mas é verdade que o número está a aumentar significativamente depois do Campeonato Nacional; depois, será preciso captar os jogadores e assim será possível criar uma comunidade de praticantes deste desporto em Portugal. Caso comecem a haver competições com prémios aliciantes, acredito que muitos jogadores inclusive do pool se mudem para o snooker e se passem a dedicar, pois este é um jogo muito mais interessante e, embora difícil, com técnica e treino, é possível conseguir melhorar as nossas capacidades e atingir um nível digno.

Achas que o snooker pode voltar a ter o sucesso dos anos 80 e 90? Achas que se pode tornar num desporto milionário e global, como o ténis e o golfe?


É muito difícil, estamos numa fase muito complicada, sendo que Barry Hearn poderá ajudar muito e acredito no seu trabalho, mas será muito complicado fazer com que o snooker volte a ser um desporto da popularidade que teve, principalmente nos anos 80. Para além das dificuldades financeiras e de arranjar patrocinadores, foram cometidos tantos erros no passado, nomeadamente na direcção de Rex Williams, que tentar dar a volta a este problema é realmente uma missão dificílima. Para além disso, é preciso inovação, mas as soluções apresentadas sinceramente não me convenceram, sendo que algumas chegam a ser ridículas e já se viu que também não conseguem ter sucesso. No entanto, acredito que o snooker ainda possa ter um bom futuro pela frente, talvez não com a popularidade que já teve ,mas como um desporto bem respeitado e com bastantes adeptos, patrocínios que proporcionem prémios dignos, com mais competição, jogadores mais motivados, etc. Em relação a vir a ser um desporto milionário, não acredito muito, pois é mesmo muito complicado, mas quem sabe...

John Higgins e Ronnie O'Sullivan dominam actualmente o snooker mundial. Esta supremacia irá continuar por muito tempo? Quais são as grandes promessas da modalidade?


Ultimamente, estes dois jogadores têm sido aqueles que mais se têm destacado, embora, com a recente subida de forma de Mark Williams, este poderá juntar-se ao top 3, pelo menos no que diz respeito aos principais candidatos ao titulo, pois Williams é um jogador do mesmo nível de Higgins e O'Sullivan e, caso consiga confirmar este regresso aos bons momentos, teremos aqui um caso sério, que a meu ver seria muito positivo para o snooker, aumentando a competitividade. A continuidade do domínio destes jogadores é incerta e é difícil prever ate quando terão a motivação e dedicação para se manter no topo, no entanto, temos aí jogadores com grande nível, como Shaun Murphy, Neil Robertson, Ding Junhui, Stephen Maguire, entre outros, que tem todas as condições para serem fortes candidatos a vencer os torneios. Em termos de jovens promessas que aí vêm, ainda não consegui ver assim ninguém que tenha estofo para vir a ser um grande campeão, embora o nível nos escalões jovens seja cada vez maior de ano para ano. No entanto, há um que me chamou particularmente a atenção e, embora muito novo, o belga Luca Brecel é dos poucos que vejo como possível futuro campeão do mundo.



Fala-nos das tuas expectativas em relaçaõ ao blog e ao fórum.

As expectativas que tenho são boas, embora com esta alteração do link, começámos a ter menos visitantes, acredito que aos poucos, as coisas vão melhorar e, com adequada divulgação e promoção, vamos ter muitos mais visitantes, tanto no blog, como também, utilizadores no fórum, que embora ainda pequeno, já tem várias pessoas que visitam e escrevem com alguma regularidade. Penso que o blog está no bom caminho, sendo que poderemos introduzir mais algumas coisas no futuro, mas acredito que tudo vai correr bem.

Qual é o teu sonho, em relação ao snooker?

Tenho várias ambições no snooker. Gostaria muito de atingir um nível de jogo de qualidade, capaz de realizar tacadas centenárias e de fazer regularmente breaks que possam decidir partidas, no entanto não aspiro vir a ser profissional, pois para alem de ser quase impossivel, teria de abdicar de muitas coisas, mas gostava sinceramente de ser um jogador amador competitivo e, sempre que possivel participar nas provas da EBSA e IBSF e quem sabe ter uma experiencia no PIOS. Mas principalmente, o meu objectivo e tirar formação de treinador, se possivel vir a ser treinador oficial da WPBSA e, consequentemente, ser o mais importante treinador em Portugal, ajudando a formar jovens talentos que aparecessem no nosso país, com o objectivo de um dia podermos ter profissionais. O meu sonho seria ter uma cadeia de academias em várias zonas do país, incrementando a prática do snooker, principalmente nas camadas jovens, pois é em jovem que se deve começar. Poderia, também, acompanhar outros jogadores, de outros países, nomeadamente alguns dos melhores do mundo. Seria bom, também, ser dirigente da Federação e ter funções organizativas.


Quem ganhará o Campeonato do Mundo de 2010?

Stephen Hendry. 20 anos depois do seu primeiro título de campeão do mundo (o mais jovem de sempre a realizar tal feito). Embora sabendo que as probilidades são muito escassas, há que acreditar que ainda é possível. Nos últimos dois anos, também ninguém acreditava e o escocês esteve perto de o conseguir. Talvez seja desta..."Hendry the 8th"?


Define snooker em 3 palavras.

Técnico, mental e fascinante.

Uma última mensagem para os nossos visitantes...

Gostava de agradecer a quem visita o nosso blog regularmente e de sugerir que ajudem a promovê-lo, dando-o a conhecer a mais pessoas, a fim desses visitantes poderem aumentar constantemente e do fórum ter cada vez mais participação. Continuem a acompanhar este apaixonante jogo e já sabem que as condições para a prática da modalidade estão a crescer e que era muito bom o nº de praticantes aumentar também, ajudando esses espaços que decidiram investir no snooker. Boas tacadas!

Para a próxima edição estaremos à conversa com Nuno Miguel Santos, conceituado jogador de pool e comentador de snooker no Eurosport... Através de um comentário sugiram questões que possam ser colocadas na segunda edição do "À conversa com...". Fiquem bem!

    Melhores jogadores em 2011/2012?

    Assistiria a uma prova de snooker em Portugal?

    O Brasil será uma potência mundial no snooker?