John Higgins 18-15 Judd Trump
John Higgins derrotou o jovem Judd Trump, por 18-15, sagrando-se pela quarta vez campeão do mundo, numa magnífica final entre dois grandes jogadores.

Higgins e Trump partilharam as primeiras oito partidas, disputadas na sessão inicial. Trump, desde logo, ganhou uma vantagem de duas partidas, onde foi notório alguma desconcentração e nervosismo por parte do escocês. Higgins acabaria por vencer a sua primeira partida, depois de Trump ficar-se por uma entrada de 37 pontos. Na última partida antes do intervalo da sessão foi novamente o jogador inglês a ter a primeira grande oportunidade, no entanto acabou novamente por não aproveitar e Higgins, bem ao seu estilo, limpou a mesa para igualar o marcador a duas partidas. Depois do intervalo, o escocês parecia bem mais à vontade e com duas entradas superiores a 50 pontos concluiu a quinta partida a seu favor. Trump, como nos habituou ao longo de todo o torneio, respondeu de imediato com uma excelente entrada de 102 pontos. As bolas longas do jogador de Bristol continuam a entrar ao centro do buraco e tudo parecia apontar para o 4-3 a seu favor, mas uma bola vermelha falhada para o meio acabaria por determinar o fim de entrada. Depois de um break de 42 pontos e do sucesso numa batalha táctica, Higgins ganhou a sétima partida marcando a rosa e a preta. Higgins continuava a não conseguir as defesas necessárias e Trump voltou novamente à mesa depois de mais uma bola à distância. Uma entrada de 47 pontos seguida de uma bola de sorte benéfica ao jovem Trump, garantiram o 4-4 que acabou por ser um resultado justo e demonstrativo do que se passou ao longo da primeira sessão.

Na segunda sessão do encontro, Judd Trump foi claramente o melhor jogador e levou uma boa vantagem para o segundo dia da final. Higgins continuou pouco consistente e simplesmente não conseguiu produzir entradas elevadas, enquanto o seu temível adversário continuava a embolsar bolas de qualquer lado, fazendo duas entradas centenárias ao longo desta primeira parte da final. Apesar de tudo, foi Higgins que venceu a primeira partida desta sessão, com uma entrada de 60 pontos, depois de um erro de Trump. Higgins poderia ter feito o 6-4, mas voltou a claudicar e Trump castigou este erro do escocês. O inglês, por sua vez, melhorou e venceu duas partidas consecutivas, sem dar grandes hipóteses a Higgins, conseguindo também mais uma entrada superior a 100 pontos. Depois do intervalo, ocorreram alguns erros de ambos os jogadores e o jogador que melhor aproveitou esta fase do encontro foi John Higgins, que assim manteve-se perto de Judd Trump. Com Higgins a lutar por encontrar alguma forma, Trump continuou com o seu estilo de jogo e venceu as três últimas partidas da sessão, indo em clara vantagem para o que restava deste encontro.

Foi um outro John Higgins que apareceu no último dia deste Campeonato do Mundo. Higgins veio para a terceira sessão com outra determinação e a jogar bem melhor do que nas 17 partidas disputadas no Domingo. Uma entrada de 59 pontos garantiu uma muito importante partida para Higgins, que reduziu para 10-8, mas Trump não se mostrava nada intimidado e respondeu de uma forma magnífica com um break de 104 pontos, a sua décima superior a 100 pontos neste torneio. Higgins não baixou os braços e realizou uma muito boa entrada de 97 pontos, para voltar a ter duas partidas de desvantagem. A resposta de Trump? Uma entrada de 99 pontos para os jogador irem para o intervalo, depois de quatro partidas de elevada qualidade. O momento-chave da sessão e talvez do encontro ocorreu na 22ª partida. Higgins falhou aos 47 pontos e Trump tinha tudo para impor uma vantagem de quatro partidas, mas Trump optou por arriscar uma difícil bola azul em vez de jogar defensivamente e John Higgins concluiu a partida ao marcar as últimas três bolas da sequência final, sob pressão. É certo que Trump não fugiu ao seu estilo nesta jogada, mas nem sempre se pode optar pelo ataque, sobretudo nos momentos cruciais do encontro. A partir daqui, Higgins ganhou confiança e determinação e venceu três partidas consecutivas, com entradas de 93, 113 e 57 pontos para passar para a frente do encontro e ir com a vantagem mínima para última e decisiva sessão do encontro. Um cenário impensável à partida para a terceira sessão... Tudo para decidir na noite se Segunda-Feira...

Depois de estar a perder por 12-9, Higgins conseguiu ir com vantagem para a quarta e última sessão. Os jogador partilharam as quatro primeiras partidas. O escocês começou a sessão com uma entrada de 62 pontos, mas Trump respondeu bem para fazer o 14-14. O jovem inglês acabaria por ter uma grande oportunidade de passar novamente para a frente do marcador, mas alguns erros provaram ser fatais e Higgins ia para o intervalo com algum favoritismo. O campeão do mundo em 1998, 2007 e 2009, conseguiria uma vantagem de duas partidas, depois de Trump não conseguir capitalizar as suas chances. Tudo parecia indicar que iríamos ter o 17-14: Higgins estava cada vez mais confiante e determinado, contudo acabaria por falhar aos 46 pontos e de forma brilhante, Trump fez 70 pontos e o consequente 16-15, para manter as esperanças em vencer o título mundial. Na 32ª partida, Judd ficou-se pelos 33 pontos e Higgins produziu uma soberba entrada de 50 pontos, que terminou num erro na castanha com o auxiliar. Felizmente para o escocês, não deixou bola para o seu adversário, mas acabaria mesmo por fazer o 17-15, ficando a apenas uma partida do triunfo. Trump apareceu determinado em continuar no encontro, mas quando já tinha uma vantagem de 60 pontos, falhou a bola de jogo, uma bola rosa muito simples. Higgins foi recuperando nesta partida, mas acabaria por deixar uma vermelha longa, que Trump voltaria a não falhar. Higgins voltou à mesa, precisando de
snookers para vencer a partida. Higgins limpou até azul e ao jogar à rosa, colocou a branca atrás da preta. Trump não conseguiu escapar do
snooker e Higgins tinha pontos para vencer o encontro. O escocês mandou jogar. Trump defendeu a rosa na tabela lateral, mas Higgins cruzou a bola rosa e marcou a preta para sair vitorioso desta dramática e ao mesmo tempo fantástica final.

Higgins sagrou-se pela quarta vez campeão do mundo, ficando apenas atrás de Steve Davis (6 títulos) e Stephen Hendry (7 títulos) em termos de títulos mundiais. É sem dúvida alguma, um dos melhores de sempre e até Neil Robertson e Steve Davis, depois deste triunfo consideram-no o melhor jogador de todos os tempos. Penso que ainda é cedo para concordar com esta afirmação. Dificilmente alguém conseguirá ultrapassar o grande Stephen Hendry, dificilmente alguém conseguirá bater os seus recordes, dificilmente alguém conseguirá obter o mesmo domínio, dificilmente haverá um jogador tão "temível" como Hendry, mas John Higgins provou mais uma vez o seu extraordinário carácter e eleva ainda mais o seu estatuto de lenda. Há uma diferença entre os bons jogadores e os grandes campeões... Higgins provou mais uma vez ser um grande campeão. É sem dúvida o melhor jogador da actualidade, apesar de ter perdido o 1º lugar do ranking oficial para Mark Williams. Tem de se dar um grande mérito a este escocês por todo o sucesso desportivo que teve nesta época, no ano mais difícil da sua vida. Depois de ter sido suspenso, e quando todos pensavam que nunca mais voltaria ao mesmo nível de jogo, regressou e venceu o EPTC 5 e chegou à final do EPTC 6. Mas a grande prova para Higgins seria o UK Championship, onde eram muitas as dúvidas em relação ao modo como se iria apresentar o escocês. A resposta estava dada nas suas primeiras duas partidas do torneio, onde realizou duas tacadas centenárias consecutivas. Viria a vencer este prestigiado torneio numa final épica, num dos melhores encontros de sempre, frente a Mark Williams, na "negra". No primeiro torneio depois da morte do seu pai, o Welsh Open, John Higgins voltou a impressionar tudo e todos e com toda a determinação arrecadou mais um título, dedicado exclusivamente ao seu "amigo de sempre". Antes de entrar em competição no Campeonato do Mundo venceu o Scottish Professional Championship, depois de ter vencido também o Hainan Classic, na China. E é desta forma que termina a época, com o quarto título de campeão do mundo. No mínimo impressionante... É um privilégio o snooker ter uma personalidade como esta, certamente um dos melhores desportistas de sempre, pela sua técnica, pela sua atitude, pela sua determinação, pelos grandes momentos que proporcionou e pelo estatuto que adquiriu. A vontade de vencer continua e Higgins pretende mais títulos, pois é isso que um campeão deseja: vitórias.

Mas para haver uma grande final, têm de haver dois grandes jogadores e Judd Trump é simplesmente fantástico. O seu estilo de jogo é fenomenal e nada parece afectar este jovem inglês, que depois da vitória no Open da China, chegou à prova mais importante do calendário e foi por muito pouco que não levantou o troféu mais desejado por todos os jogadores. Não há palavras para o talento de Judd Trump e penso que não haverão dúvidas em relação ao muito sucesso futuro deste jogador. Trump simboliza o futuro deste desporto e irá encará-lo com a mesma atitude demonstrada ao longo dos últimos 17 dias. Foram muitos os fãs conquistados por este brilhante jogador e tudo isso se deve, não só à sua técnica ou estilo de jogo, mas sobretudo ao factor X que apenas os grandes campeões possuem.
Foi uma bela forma de acabar uma fantástica época. Uma final que demonstrou mais uma vez o drama e as emoções do grandes momentos que este desporto proporciona. Barry Hearn trouxe de novo vida a este desporto. Este é o começo de uma nova era para o snooker. Em Portugal, são cada vez mais os adeptos, facto evidenciado pelo imenso sucesso da página do Eurosport Portugal no Facebook, onde são milhares as participações. Ao longo das últimas semanas o snooker planet teve a maior afluência de sempre! Foram muitos milhares de visitantes que chegaram a esta página. A todos, muito obrigado! É isto que nos motiva para continuar a lutar pelo sucesso do snooker em Portugal. Estamos, sem dúvida, no bom caminho...
Que recepção! Incrível...
Depois de 17 dias fascinantes, o principal vencedor voltou a ser o mesmo: o snooker...
Fiquem bem!
7 comentários:
Força higgins espero que ganhes muitos mais campeonatos do mundo e batas o recorde do hendry quanto ao trump e um grande jogador e não tenho duvidas que algum dia o titulo irá surgir.
Força higgins espero que ganhes muitos mais campeonatos do mundo e batas o recorde do hendry quanto ao trump e um grande jogador e não tenho duvidas que algum dia o titulo irá surgir.
Muito mal vai este mundo quando deixam que corruptos como este escocês possam prosperar e ser cobertos de glória.
É o triunfo dos porcos.
"Portugal" agradece o facto de ter pessoas tão apaixonadas pelo snooker como vocês... continuem!
86 idiotas ignorantes a votarem em ronnie o'sullivan para vencedor na sondagem deste blog. cairam no ridiculo mais uma vez
Tenho pena o trump nao ter ganho mas fica para a proxima
O higgins só ganhou porque ao longo de todo o campeonato do teve muita muita sorte
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