Nesta 2ª edição da nossa rubrica de entrevistas, tivemos o prazer de falar com Igor Figueiredo, o primeiro sul-americano da história do snooker a participar no Main Tour! O jogador brasileiro, que se tem destacado nos últimos tempos, é, portanto, o primeiro profissional que entrevistamos...
Comecei a jogar aos 5 anos de idade; o meu pai já jogava e comecei por curiosidade, mas, depois de ver o que podemos fazer com a bola na mesa, achei aquilo incrível.
Desde muito jovem começou a ser conhecido no meio e a afirmar-se com um dos principais nomes do país; quando é que ganhou o seu primeiro título nacional; para além desse primeiro título, quais os momentos/resultados que mais o marcaram? Na altura já pensava numa carreira internacional?
Como disse comecei muito cedo e com 13 anos já tinha chegado à meia-final de um grande torneio no Brasil. Ganhei o meu primeiro Campeonato Brasileiro com 19 anos, mas antes disso já tinha ganho outros eventos importantes pelo país. Sempre pensei numa carreira profissional, mas no Brasil não há muitos patrocinadores no snooker e, por isso, não vim há mais tempo a Europa.
Como considera estar o estado de desenvolvimento do snooker no Brasil? Acha que o snooker no seu país tem potencial e que poderá vir a ter boas perspectivas para o futuro?
O snooker no Brasil é muito forte e tem muitos praticantes. Só precisamos de bons directores para desenvolver mais o nosso desporto e trazer mais investidores para que o snooker cresça cada vez mais e apareçam novas revelações.
Quando é que decidiu partir para a Europa e procurar seguir uma carreira internacional no snooker? Ao início sentiu algumas dificuldades? Houve quem o tenha ajudado a integrar-se?
Mudei-me para São Paulo em 2008, quando ganhei todos os eventos disputados nesse ano e foi aí que o meu patrocinador me perguntou o que eu achava de uma carreira internacional e decidimos investir nisso. No início senti-me muito mal, pois não falo inglês e senti-me deslocado, mas com o tempo fui conhecendo outros jogadores e fazendo grandes amizades e tudo se tornou mais fácil.
Apesar de no Brasil ter jogado maioritariamente em mesas mais pequenas, rapidamente começou a adaptar-se às mesas full size. Qual foi a maior diferença que sentiu entre o snooker jogado no Brasil e o "verdadeiro" snooker jogado internacionalmente? Teve de fazer algumas alterações técnicas?
Quando mudei das mesas jogadas no Brasil para as mesas usadas internacionalmente senti diferença nas distâncias, como é natural, tendo em conta as dimesões da mesa, mas, com um bom treino, consegui adaptar-me bem. Ainda assim, tive que melhorar a minha técnica e seguir os padrões clássicos. Tive que mudar tudo e foi muito dificil no início, mas com o tempo fui ficando mais confiante e comecei a obter melhores resultados. Foi aí que vi a importância da técnica e das horas de treino.
Antes de se ter notabilizado no IBSF World Amateur Championship, quais as experiências que considerou mais positivas ou importantes na sua ainda curta carreira na Europa? Participou em muitas competições?
Como diz a minha carreira internacional ainda não tem tanto tempo assim. Disputei alguns torneios, ganhei o Open de Hamburgo, fui 5° no International Open, 12° no ranking final do PIOS (circuito classificatório para o Main Tour) e joguei, ainda, no Paul Hunter Classic, onde ganhei ao Tom Ford, no meu primeiro grande desafio com um profissional.
Fale-nos um pouco da sua experiência no IBSF World Amateur Championship 2009, no qual atingiu a final, causando sensação no mundo do snooker...
Foi muito interessante, pois embora acredite sempre no meu potencial e tenha uma grande auto-confiança, sabia que seria muito difícil pois havia grandes atletas nesse evento, como Alfie Burden, Tian Pengfei, entre outros. Só pensei: vai ser difícil vencer, mais darei o meu melhor para chegar ao título e, de repente, já estava na final, depois de óptimos resultados. Perdi a final devido a pequenos detalhes, mas foi uma excelente final.
Como se sentiu quando soube que a World Snooker lhe atribuíra um wildcard para participar no Main Tour? Qual é a sensação de, depois de tantos anos a praticar esta modalidade a nível amador, subitamente estar a competir ao lado dos grandes nomes do snooker?
Fiquei muito feliz e emocionado. Estava a conduzir para ir treinar, quando recebi a notícia e tive que parar o carro e respirar bem fundo, pois ia perdendo o fôlego (risos). Sinto-me muito feliz, pois com os meus bons resultados consegui o wildcard e tornei-me no primeiro sul-americano a entrar no Main Tour, o que também e óptimo, pois o snooker está-se a globalizar, abrindo cada vez mais as portas ao mundo.
Quais os seus principais objectivos para esta sua primeira época no circuito profissional?
A grande prioridade será permanecer no Main Tour, o que é bastante difícil, mas o meu maior objectivo é subir no ranking o máximo que puder e, se possível, tentar ficar entre os 64 primeiros já na primeira época. Sei que será muito complicado, mas nada na vida é fácil e darei tudo o que conseguir, com a minha confiança e a experiência que vou adquirindo, para conseguir uma boa temporada.
Mudou-se recentemente para Inglaterra e está agora a praticar na recém-inaugurada South West Snooker Academy, em Gloucester. Aqui encontra melhores condições para poder evoluir como jogador? O que tem a dizer sobre esta nova academia e sobre o projecto dos seus responsáveis?
Sim, a academia tem óptimas condições para treinar e um ambiente formidável, com as mesas oficiais dos eventos do Main Tour. A sua inauguração ainda é bem recente e alguns detalhes estão, ainda, a ser acabados, mas será, sem dúvida, um ponto de referência, tanto para os atletas amadores como os profissinais, pois tem uma excelente estrutura e existiram muitos atletas a residir aqui em Gloucester.
Tem algum jogador que possa considerar como ídolo? Se sim, o que mais admira nesse jogador?
O jogador de quem sempre fui fã é o Stephen Hendry. Já há alguns anos que o admiro muito, pois sempre foi um atleta dedicado e no auge da sua carreira dominou o snooker, ganhando grande parte dos torneios que disputou. A sua concentração e vontade de vencer são o que mais admiro nele e é o mesmo desejo que sinto dentro de mim.
Gostaríamos que deixasse uma palavra para aqueles que, recentemente, têm vindo a tentar promover e desenvolver o snooker em Portugal, nomeadamente o nosso website (Snooker Planet) e a empresa BSA...
Gostaria de felicitar-vos a todos, pois com esse esforço vocês irão colher muitos frutos no futuro e com esse incentivo que têm dado ao nosso desporto e, também, aos jovens, pois eles é que serão as grandes estrelas no futuro. Assim, poderão aparecer grandes revelações e, possivelmente, um grande campeão. O esforço e trabalho que vocês têm feito é necessário em todos os países do mundo para dar a conhecer às pessoas, em especial aos jovens, o nosso amado desporto.
5 comentários:
Nice to hear from Igor :)
nosso capeao poderia nos dar uma palhinha no youtube ja que nao estamos ai para admira-lo
pimentel,sao paulo
Igor Figueiredo é o ponto de partida da nova era da sinuca no Brasil e na América do Sul. Seu nome está indelevelmente registrado na hitória do desporto. É uma honra ter partilhado de momentos memoráveis quando ainda participava de campeonatos estaduais no Rio de Janeiro, nos idos de 1999/2001.
Nao o connheco pessoalmente, mas tenho orgulho de vc, de degrau em degrau esta conseguindo seus objetivos, vc esta representando muito bem o Brasil la fora parabens, que deus ilumne seus caminhos e que vc alcance o sucesso desejado.
Galvao.
gosto mt de ver trump jogar mais,,,,,eu sou apreciador de classe,e isso o higgins é o maior deles todos,,,,,,ele é o magico,faz o impossivel acontecer
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