Nas primeiras rondas deste Grand Prix, os encontros de grande qualidade não foram muito abundantes e as bancadas encontravam-se com muito pouco público. No entanto, à medida que as coisas foram avançando assistimos a melhor qualidade e mais emoção, sendo que o público também foi aparecendo em muito maior número. Esta final, entre dois jogadores internacionais foi muito disputada até ao 9º jogo, sendo que, a partir daí, as coisas penderam para o lado do australiano.

A primeira sessão foi de altíssimo nível. Robertson, que na meia final, realizara a melhor exibição da sua carreira até ao momento, entrou muito forte, vencendo as duas primeiras partidas, com uma limpeza total de 124 pontos e um break de 46. O chinês respondeu bem e, antes do intervalo, conseguiu o empate, destacando-se uma tacada de 80 pontos, no 4º jogo. Ding alcançou mesmo a reviravola, desta vez com uma entrada centenária de 112 pontos. A reacção de Robertson foi de grande qualidade, sendo que conseguiu mesmo uma vantagem mínima para a segunda sessão, graças a breaks de 108 e 43.

A segunda sessão foi bem mais táctica, sendo que os breaks altos foram muito mais escassos do que na primeira. Ding Junhui conseguiu o empate a 4, vencendo o 8º jogo, com duas entradas acima de 40 pontos. Seguiu-se o jogo que acabou por revelar-se absolutamente crucial para o desfecho desta final: ambos os jogadores tiveram oportunidades, mas quando Robertson parecia ter as coisas controladas, Ding conseguiu as faltas que precisava, após uma long batalha defensiva; apesar disto, o australiano acabou por vencer a partida, que durou quase uma hora. Era provável que isto tivesse bastante impacto no encontro e aconteceu precisamente isso. Ding perdeu um pouco a motivação e concentração e Neil Robertson aproveitou bem, vencendo consecutivamente os jogos que lhe faltavam para conquistar o seu 4º título em quatro anos, fechando com um break de 89 pontos.

Assim, Robertson começa cada vez mais a afirmar-se como um dos grandes nomes da modalidade, hoje em dia, sendo que desde 2006 que vence um torneio de ranking todos os anos (Grand Prix 2006, Welsh Open 2007, Bahrain Championship 2008). Depois de uma soberba época de 2006/07, o australiano não conseguiu manter o nível de jogo e na época seguinte caiu bastante. Na época passada as coisas melhoraram e, agora, tudo indica que Robertson consiga grandes resultados futuros. Está um jogador muito mais completo, tendo evoluído principalmente na construção de break, sendo que se encontra a agora jogar melhor do que nunca e está já em 3º no ranking mundial provisório. O snooker regressa no mês de Dezembro, com o prestigiado UK Championship. Até breve...