Em 2009, o caso é um pouco diferente. Das várias possibilidades elegemos quatro candidatos, sendo que dois deles são profissionais e o outros dois amadores. Foi uma escolha bastante difícil, pois os cenários eram bastante diferentes entre os possíveis vencedores. Acabámos por escolher o jovem de apenas 14 anos, Luca Brecel, que espantou o mundo do snooker e é apontado como um futuro campeão. Relembro que, este ano, Brecel venceu o Campeonato da Europa de sub-19, não tendo entrado para o Main Tour por não ter ainda a idade mínima (16 anos), para tal. Pudémos vê-lo jogar ao vivo, na Grande Final da World Series of Snooker, e ficámos bastante impressionados com as suas qualidades. É ainda muito novo e naturalmente que com o tempo irá evoluir muito mais, mas sem dúvida que, para a sua idade, é uma verdadeiro fora de série. No seu jogo, não se destaca nenhum aspecto em particular, sendo muito forte em quase todos eles, mostrando, também, um grande poder de concentração. Arrecadou vários triunfos internos, bem como vitórias em diversos torneios juvenis, tendo ainda conseguido várias prestações de destaque em provas de profissionais, onde derrotou jogadores como Jimmy White, Ken Doherty ou Joe Perry. Certamente um jogador a observar nos próximos anos, um potencial campeão...

Em segundo lugar, acaba por ficar o inglês Matthew Selt que, este ano entrou pela primeira vez para o Main Tour, após terminar em 7º no PIOS 2008/09. À partida, poucos esperavam que Selt se destacasse nas qualificações, no entanto, este acabou por surpreender ao mostrar-se um jogador extremamente perigoso, com um jogo muito completo, que causou grandes dificuldades aos seus oponentes. Com uma grande capacidade de embolsar bolas longas e, principalmente, com uma construção de break de grande nível, Selt conseguiu a proeza de se qualificar para os dois primeiros torneios de ranking da época, vencendo todos os 8 encontros que disputou em Prestatyn, até aí. Na grande arena e em frente às câmeras ainda mostrou alguma inexperiência, mas é sem dúvida o jogador a ter em conta. Falhou a qualificação para o UK Championship, mas não deixa de ter grande destaque.

O terceiro lugar é o mais inesperado de todos, o brasileiro Igor Figueiredo, que causou sensação ao atingir a final do Campeonato do Mundo de Amadores da IBSF. Figueiredo era desde há bastante tempo uma grande referência do snooker no Brasil, no entanto, jogava apenas em mesas de 10 pés, com pano e tabelas diferentes de uma verdadeira mesa de snooker. Por incrível que pareça, Figueiredo jogou pela primeira vez numa mesa de 12 pés em Maio deste ano, mas, pelos vistos, adaptou-se muito rapidamente. Mudou-se para a Alemanha, à semelhança do seu compatriota Ítaro Santos, que é agora seu parceiro regular de treino. O grande destaque foi, sem dúvida, como antes referi o 2º lugar que alcançou no Campeonato do Mundo de Amadores, onde perdeu apenas na final para Alfie Burden, por 8-10. Está a disuptar o PIOS, encontrando-se bem classificado. Figueiredo tem boas hipóteses de, em breve, poder vir a chegar ao Main Tour.

Por fim, o quarto lugar fica a reservado a Michael White, um jovem galês de 18 anos, que regressou este ano ao Main Tour, depois de terminar em 1º no ranking do País de Gales. Bem mais maduro e compelto, White conseguiu boas exibições, das quais se destacam a vitória por 5-0, frente ao antigo campeão do mundo, John Parrott, e a chegada á última ronda de qualificação do UK Championship, perdendo apenas para o imparável Liang Wenbo. Desde muito cedo que White é apontado como um grande talento, tendo feito a sua primeira tacada centenária com apenas 9 anos de idade. Hoje em dia, é um jogador em clara ascensão e com uma margem de progressão muito grande, tendo, este ano, começado a mostrar que tem realmente estofo para estar entre os profissionais.