Mais uma vez, o primeiro lugar vai para John Higgins e o Campeonato do Mundo...
Este é um torneio que exige, para além de um altíssimo nível de jogo, tremenda consistência e regularidade. Todos os jogadores se preparam para este torneio com objectivo de chegarem nas melhores condições, o que aumenta e de que maneira a competitividade. Este ano, John Higgins foi quem se superiorizou. Tal como é costume nos vencedores do mais prestigiado torneio da modalidade, a primeira ronda nunca é a que corre da melhor maneira; Higgins não foi excepção. Na primeira ronda, chegou a estar, inicialmente, em desvantagem frente a Michael Holt, numa primeira sessão muito equilibrada. Mas, na segunda sessão, Higgins elevou o seu nível de jogo e, rapidamente, avançou para uma tranquila vitória, por 10-5.
O seu encontro da segunda ronda acabou por ser bem mais complicado, defrontando um inspiradíssimo e motivado Jamie Cope, que esteve prestes a conseguir a vitória. Ambos os jogadores fizeram 3 tacadas centenárias ao longo do encontro e Cope esteve mesmo a vencer por 12-10. No entanto, Higgins mostrou toda a sua frieza e experiência, empatando a 12 e, na "negra", a construir uma soberba tacada de 80 pontos que lhe deu a vitória.O encontro dos quartos-de-final acabou mesmo por ser o ponto alto desta caminhada vitoriosa do escocês. O seu avdersário, Mark Selby, começou de forma simplesmente imparável, com 3 entradas superiores a 100 pontos consecutivas, sem dar quaisquer hipóteses. No entanto, John Higgins rapidamente equilibrou os acontecimentos, conseguindo mesmo o empate ao fim da primeira sessão, com destaque para uma tacada de 141 pontos. Na segunda sessão manteve-se o equilíbrio, com cada um dos dois jogadores a vencer 4 das 8 partidas jogadas. A terceira e última sessão foi mesmo jogada até à ultima partida, onde Selby ainda conseguiu forçar 2 "re-racks". Quando surgiu a primeira oportunidade de pontuar, o escocês foi magnífico, construíndo um break de grande dificuldade, sob pressão, avançando para as meias-finais. No final, Higgins afirmou que esta foi uma das melhores vitórias da sua ilustre carreira.
Seguiu-se o jovem Mark Allen, que afastara o vencedor do torneio em 2008, Ronnie O'Sullivan. Motivado e confiante, John Higgins aproveitou bem os erros de Allen, que acusou a pressão nos momentos iniciais. Higgins construiu uma vantagem muito confortável e todos previam que iria vencer com uma sessão por jogar. Apesar disso, Allen começou a soltar-se e a melhorar o seu nível de jogo, enquanto que o seu adversário relaxou um pouco, originando uma grande recuperação do jovem irlandês. Na última sessão, Mark Allen começou a ser uma séria ameaça, mas Higgins acabou por levar a melhor, ajudado, mais uma vez, pela sua capacidade de estar ao seu melhor sob pressão. 17-13 foi o resultado final.
A final, frente a Shaun Murphy, que estivera igualmente soberbo ao longo do torneio, começou por ser muito equilibrada, tal como se previa. No entanto, a segunda sessão, onde tudo correu mal a Murphy, acabou por ser crucial. Com um jogo táctico sensacional, John Higgins acabou por não dar quaisquer hipóteses ao seu adversário, que não conseguiu competir neste aspecto com o escocês.
O segundo lugar fica reservado à vitória de Ronnie O'Sullivan no Masters, mesmo no início do ano.
Mesmo antes do torneio, O'Sullivan quebrou o seu taco, tendo jogado todo o torneio, com um taco que John Parris lhe arranjou poucas horas antes do início do seu encontro da primeira ronda, frente a Joe Perry. Perry poderia muito bem ter vencido, mas acabou por falhar, incrivelmente, na altura de concluir. Um excelente encontro, em que O'Sullivan levou a melhor, na "negra". Depois, seguiram-se duas prestações praticamente imaculadas por parte do inglês, frente a Ali Carter, que mais uma vez não esteve à altura, e, depois, frente a Stephen Maguire, que praticamente não teve hipóteses. Na final, Mark Selby teve tudo para revalidar o título, mas vacilou nas alturas chave, permitindo que Ronnie recuperasse, num encontro de alto nível e grande emoção, que levou ao rubro o público presente na Wembley Arena.
Para a terceira posição, escolhemos a vitória de Ding Junhui, no recente UK Championship. Ding, um dos jogadores mais capazes da actualidade, vinha atravessando uma longa crise de confiança. No entanto, neste final de ano, parece que o jovem chinês conseguiu dar a volta a esta fase complicada, chegando à final do Grand Prix e, agora, com uma fantástica prestação no UK Championship. Ao longo do torneio, Ding exibiu um jogo muito completo, com grande eficácia nas bolas longas, tremenda precisão em construir breaks e um jogo defensivo muito difícil de contrariar. Venceu tranquilamente as duas primeiras rondas, com destaque para a eliminação do campeão de 2008, Shaun Murphy. Nos quartos de final, frente a Ali Carter, acabou por ganhar na "negra", após vencer os dois últimos jogos em "one visit". Por fim, afastou Stephen Maguire, com mais uma exibição muito consistente e, na final, derrotou John Higgins num encontro de grande equilíbrio. A grande consistência e frieza de Ding foram a chave para esta sua vitória.
Por fim, temos, em quarto lugar, Peter Ebdon, que venceu, surpreendentemente, o Open da China, em Abril. Ebdon estava a ter uma época extremamente negativa e estava em sérios riscos de sair do top 16. No entanto, esta fantástica prestação permitiu-lhe assegurar por mais um ano um lugar na elite do snooker. As duas primeiras rondas até foram discretas, jogando de forma consistente mas não espectacular. A partir dos quartos-de-final, as suas exibições foram praticamente imaculadas, com vitórias por 5-1 e 6-1, frente a Stephen Hendry e Stuart Pettman, respectivamente. Na final, apesar do grande equilíbrio, conseguiu superiorizar-se ao actual melhor do mundo, John Higgins. Ebdon esteve soberbo ao longo da prova, aliando uma construção de break extremamente eficaz com um jogo táctico de grande criatividade.
0 comentários:
Enviar um comentário